De modo geral, todos nós administramos muitas coisas em nossas vidas: escola, trabalho, família, finanças, saúde, relacionamentos, amizades. E embora as suas prioridades possam diferir das de outra pessoa – ou apenas mudarem com o tempo -, uma coisa é fato: quase sempre há algo com o que nos preocuparmos. É como diz o bom e velho meme (e suas variações): “Não se tem um minuto de paz”.
Lidar com todas essas esferas da vida e ainda correr o risco iminente de que algumas delas deem errado gera um sentimento extremamente familiar: o de ansiedade. Esta, por sua vez, nada mais é do que uma reação do nosso organismo a situações que ameaçam o nosso bem-estar. O objetivo, aqui, é fazer com que nós fiquemos em estado de alerta frente a potenciais riscos, podendo fugir destes e preservar nossas vidas. Ou seja: é um instinto.
No entanto, quando nos encontramos em um estado de medo/nervosismo constante, excessivo e/ou incontrolável frente a situações diversas, é bem possível que estejamos falando de um transtorno de ansiedade.
E apesar de tal reação parecer, a princípio, exagerada ou até mesmo pouco familiar a algumas pessoas (se você se inclui neste último grupo, sinta-se extremamente sortudo(a)), acredite: este é um dos quadros mais comuns em todo o mundo.
Para se ter ideia, cerca de 18,6 milhões de pessoas estão cronicamente ansiosas somente no Brasil. Quando pensamos em referências mundiais, são mais de 1 bilhão de casos de transtorno mental, sendo a ansiedade correspondente a 31% destes.
Sendo assim, acreditamos que uma das formas de se enfrentar tais dados e obter resultados positivos destes é espalhar informações confiáveis e úteis sobre saúde mental a toda a população. Para contribuir com essa “força-tarefa”, preparamos um bate-papo com tudo o que você precisa saber sobre o transtorno de ansiedade, desde os principais sintomas até os tipos mais comuns e as formas de tratamento.
E aí, preparado(a) para mais uma jornada conosco? Ótimo! Respire fundo e vamos lá!
Do começo: qual é a diferença entre ansiedade e transtorno de ansiedade?
Como já adiantamos um pouco no início desse bate-papo, sentimentos como a ansiedade não são apenas normais, como também necessários para a nossa sobrevivência.
Desde os primórdios da humanidade, a aproximação de predadores e perigos iminentes acionam alarmes no organismo que nos permitem agir de forma evasivas. Tais reações se manifestam na forma de batimentos cardíacos acelerados, sudorese e aumento da sensibilidade ao ambiente.
Isso acontece porque o perigo causa em nós uma descarga de adrenalina, hormônio que desencadeia reações ansiosas em um processo chamado de “reação de luta ou fuga”. Tal resposta possibilita aos humanos confrontar fisicamente a ameaça, ou fugir desta.
A grande questão é que, para a maioria de nós, fugir de predadores e dos perigos iminentes da natureza é uma exceção, e não a regra.
No entanto, nossas ansiedades não deixaram de existir. Atualmente, elas giram em torno de fatores como trabalho, dinheiro, saúde e outras questões que demandam atenção sem necessariamente exigir uma reação de “lutar ou fugir”.
Sendo assim, sentir-se nervoso(a) antes de um evento importante, por exemplo, é uma “versão mais amena” da reação natural de “luta ou fuga” e, portanto, normal. Na verdade, ela continua até mesmo sendo essencial à nossa sobrevivência, como nos casos de olhar instintiva e apreensivamente para os dois lados antes de atravessar a rua.
E onde os transtornos de ansiedade entram nessa história?
Eles entram quando a duração ou a gravidade dos episódios de ansiedade são desproporcionais ao gatilho estressor. Nestes casos, a pessoa costuma ser bombardeada por pensamentos intrusivos e recorrentes, sofrendo até mesmo fisicamente por eles, manifestando sintomas como pressão alta, náuseas, falta de ar etc.
No entanto, vale ressaltar que essas crises costumam variar de pessoa para pessoa e, ainda mais importante que isso: podem ser desencadeadas por diversos fatores e se manifestam de formas distintas. Isso acontece, principalmente, porque existem subtipos de transtornos de ansiedade que merecem a nossa atenção.
Que tal conversarmos um pouco mais sobre eles?
Tipos
Os principais tipos de transtorno de ansiedade incluem:
- Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): distúrbio crônico que envolve ansiedade excessiva e duradoura, e preocupações com eventos, objetos e situações inespecíficas da vida.
- Transtorno do pânico: caracterizado por ataques breves ou súbitos de intenso terror e apreensão.
- Fobia: diz respeito ao medo irracional de determinados objetos, pessoas ou situações específicas.
- Mutismo seletivo: muito comum em crianças, ela faz com que a pessoa não consiga falar em determinados lugares ou contextos, apesar de ela ter excelentes habilidades de comunicação verbal.
- Fobia social: é o medo do julgamento negativo de outras pessoas em situações sociais ou de constrangimento público.
Causas
Ainda não se sabe quais são as causas específicas para os transtornos de ansiedade. No entanto, existem alguns fatores de risco diretamente relacionados a elas. Os mais conhecidos incluem:
- genética (ter um ou mais diagnósticos de transtorno de ansiedade na família);
- química cerebral (diversos estudos sugerem que os transtornos de ansiedade podem estar ligados a certas disfunções nos circuitos cerebrais que controlam o medo e as emoções);
- estresse ambiental (incluem episódios como traumas de infância, a morte de um ente querido, entre outros);
- condições médicas (algumas condições cardíacas, pulmonares e da tireoide, por exemplo, podem causar sintomas semelhantes aos dos transtornos de ansiedade).
Sintomas
Embora existam vários tipos de transtorno de ansiedade, existem alguns sintomas que são comuns a todos eles. Os mais recorrentes incluem:
- inquietação e/ou uma sensação de estar “no limite”;
- sentimentos incontroláveis de medo/preocupação;
- irritabilidade;
- tremores;
- falta de ar;
- dificuldade de concentração;
- insônia.
E por fim: existe cura para os transtornos de ansiedade?
Claro que sim! O tratamento para a ansiedade excessiva se enquadra em três categorias principais. São elas:
- psicoterapia (sendo a terapia cognitivo-comportamental a mais utilizada);
- técnicas complementares de saúde (mindfulness, ioga, estratégias de autogerenciamento, grupos de apoio, entre outras);
- medicamentos (se necessário, o psiquiatra pode recorrer a alternativas como os ansiolíticos e os antidepressivos).
Ufa!
A grande questão aqui é entender que, assim como a saúde física, a saúde mental importa e, por isso, merece toda a nossa atenção. Sendo assim, caso você tenha se identificado com esse texto, não deixe de procurar por ajuda profissional e qualificada, combinado?
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