A fome emocional é um processo muito sutil que, apesar de estar presente desde muito cedo em nossas vidas, é difícil de ser notado. Afinal, é difícil separar as coisas quando, ainda bebês, somos frequentemente confortados com breves sessões de afagos e muito leite materno!
A grande verdade é que todos nós, ao longo da vida, somos ensinados a associar a comida ao prazer e, ainda mais importante, ao conforto emocional.
Quando crianças, nossa principal fonte de recompensas pelo bom comportamento ou após um belo tombo no playground é a guloseima. Na juventude, somos introduzidos às “confort foods”, ou seja, comidinhas que nos fazem menos miseráveis em situações de estresse, tristeza e solidão. Quando nos assustamos, por fim, estamos recorrendo às refeições por motivos “de gente grande” e, portanto, inerentes ao nosso cotidiano como, por exemplo, os boletos, o trabalho, a família e por aí vai.
Para algumas pessoas, esse processo de “comer os sentimentos” ocorre em raras ocasiões, como após um rompimento ou a perda de um emprego. No entanto, para outras, essa é uma experiência mais regular e “viciosa”, tornando-se presente em situações mais comuns como preencher noites solitárias ou aliviar o estresse após um longo dia de trabalho.
Independentemente de qual seja o caso, chamamos esse quadro de fome emocional e, bem… é sobre ele que conversaremos hoje! Para saber todos os detalhes sobre o assunto, continue conosco.
Do começo: o que você precisa saber sobre a fome emocional?
A fome emocional é, basicamente, o ato de usar a comida para afastar pensamentos negativos, evitar situações difíceis ou “tapar com a peneira” alguns sintomas associados à ansiedade e ao estresse. Por isso, é considerado um processo bastante comum em nossas vidas, já que a maioria das pessoas já a experimentou em graus variados.
Essa espécie de reação às emoções (sejam elas positivas ou negativas) pode estar enraizada em qualquer momento de nossas vidas e, por isso, é difícil estabelecer um marco definitivo para ela. No entanto, sabe-se que a fome emocional começa geralmente na infância, atinge o pico na adolescência e se estende até a idade adulta.
Em qualquer uma dessas fases, ela pode se tornar extremamente problemática. Afinal, o costume de “devorar as nossas emoções” pode desencadear não apenas uma relação doentia com a comida, mas também levar a transtornos alimentares como, por exemplo, a compulsão alimentar e a bulimia nervosa.
Mas… por que a comida?
Existem muitas razões pelas quais a comida se torna uma espécie de “muleta” para lidar com os próprios sentimentos. A principal, no entanto, é que o cérebro, durante as refeições, libera uma substância chamada dopamina, responsável, entre outras coisas, pelas sensações de prazer, felicidade e motivação. Sendo assim, é natural que, com o tempo, nós façamos essa associação por conta própria, recorrendo a lanchinhos fora de hora para nos protegermos da ansiedade, da tristeza e do estresse.
Além disso, vale ressaltar que existem certos mecanismos físicos e psicológicos que explicam por que as emoções nos levam a comer demais. Biologicamente falando, certos sentimentos – especialmente os negativos – aumentam a liberação de cortisol, hormônio responsável por aumentar nosso apetite e, pior ainda: dizer ao cérebro que nós não desejamos qualquer alimento, mas sim os açucarados e gordurosos. Afinal, estes liberam ainda mais dopamina no organismo, iniciando um círculo vicioso que, a longo prazo, torna-se um verdadeiro perigo à saúde.
Psicologicamente falando, as emoções negativas não são tão fáceis de serem experimentadas. Sendo assim, é comum que nós, a cada vez que elas se tornam presentes, façamos de tudo para mascará-las, inclusive comer uma barra inteira de chocolate!
A grande questão, aqui, é que essa barra de chocolate, assim como qualquer outro alimento nessa vida, não são suficientes para suprimir essas emoções. No entanto, nosso organismo não entende isso e sempre pedirá por mais. É por isso que, no fim das contas, saber identificar a fome emocional é essencial para aprender a controlá-la. Vamos, a partir de agora, conversar um pouco mais sobre isso?
A fome emocional e seus sinais de alerta
Afinal: como saber se esse apetite voraz que sentimos de vez em quando é, de fato, uma fome emocional? Bem… vamos lá. O primeiro sinal desse processo é um desejo intenso e repentino por comida, e não gradual como aquele que acontece quando estamos de estômago vazio.
Além disso, a maior vontade na fome emocional é a de alimentos pouco saudáveis, muito calóricos e adoçados artificialmente. Esse desejo, geralmente, é precedido de um episódio de estresse ou qualquer outra emoção desconfortável.
Outras característica marcante desse processo é a falta de controle que a pessoa sente ao comer, podendo até mesmo apresentar comportamentos compulsivos. Logo depois, é comum que ela se sinta arrependida e/ou envergonhada de ter comido tanto.
Como controlar a fome emocional?
Agora que você sabe um pouco mais sobre a fome emocional e por que ela acontece, vamos mergulhar em algumas estratégias eficazes para controlá-la. São elas:
1. Aprenda a identificar os gatilhos
Nem todas as emoções farão com que você coma demais. A grande verdade é que, muito provavelmente, são poucos os sentimentos capazes de tal processo. A dica, então, é simples: aprenda a identificar quais são eles. Assim, é possível não só evitá-los, como também pensar em outras estratégias para lidar com esse conflito emocional.
Para isso, procure se lembrar do motivo pelo qual você está tão ávido por uma refeição e, se possível, anote-o em uma agenda. Com o tempo, serão diversas as pistas de quais emoções são as responsáveis pela sua fome emocional.
2. Alimente suas emoções com outra coisa
Agora que você já sabe quais sentimentos lhe causam fome emocional, chegou o momento de procurar por outras formas de amenizá-los. Entre elas, as mais interessantes incluem:
- telefonar para uma pessoa querida;
- assistir a um filme;
- ler um livro;
- caminhar;
- tomar um banho quente;
- praticar alguma atividade física;
- meditar;
- entre outros.
O segredo, aqui, é procurar por formas de distrair a sua cabeça.
3. Procure por ajuda
Se você perceber que os episódios de fome emocional estão cada vez mais frequentes, não hesite em procurar pela ajuda de um especialista. Atualmente, existem diversos psicólogos, psiquiatras e até mesmo nutricionistas que se especializam nesse assunto. Basta fazer uma boa pesquisa, pedir por recomendações e optar por profissionais qualificados e de confiança para cuidarem da sua saúde!
As possibilidades, acredite, são infinitas. Não passe por tudo isso sozinho(a)!
Gostou do texto e achou importante? Compartilhe em suas redes sociais e ajude outras pessoas a terem conhecimento do assunto!
Além disso, mantenha-se sempre atualizado com o nosso Blog e redes sociais (Facebook e Instagram)! Estamos te esperando.