Após um acidente vascular cerebral, é comum que algumas pessoas tenham dificuldades para realizar ocupações básicas como, por exemplo, comer, tomar banho, vestir-se, manter o equilíbrio, a concentração e estimular a memória. A terapia ocupacional no AVC vem, então, como um passo essencial para a recuperação e a reabilitação destes pacientes.
O objetivo do terapeuta, aqui, é ajudar os indivíduos a melhorarem as habilidades sensoriais, motoras e cognitivas alteradas pelo episódio e, assim, devolver-lhes a sua autonomia e independência. Para isso, eles contam com uma série de atividades e estratégias reabilitadoras e/ou de compensação/adaptação que, com o tempo, “reprogramam” as partes do cérebro comprometidas e ajudam o paciente a recuperar seus papéis ocupacionais.
No mais, para saber todos os detalhes sobre esse assunto, renove e café e continue conosco.
Do começo: o que é o AVC (acidente vascular cerebral)?
Um acidente vascular cerebral (AVC) ocorre quando há um bloqueio do suprimento de sangue para uma parte do cérebro, ou ainda quando um vaso sanguíneo se rompe. Em ambos os casos, algumas partes do seu cérebro são danificadas, pois suas células cerebrais não conseguem obter o oxigênio de que precisam para sobreviver. Além disso, esse dano pode levar à incapacidade de longo prazo ou mesmo à morte.
Existem três tipos principais de AVC:
- AVC isquêmico: acontece quando o fluxo sanguíneo, rico em oxigênio, é bloqueado.
- AVC hemorrágico (ou derrame cerebral): provocado principalmente por pressão alta ou aneurismas, ocorre quando uma artéria do cérebro vaza sangue ou se rompe.
- Ataque Isquêmico Transitório (AIT): aqui, o fluxo sanguíneo para o cérebro é bloqueado por não mais de 5 minutos. É comumente conhecido como “mini-avc”.
Sinais de alerta
Os sintomas e sinais de alerta do AVC incluem:
- dormência ou fraqueza no rosto, no braço ou na perna (geralmente, ocorre em um só lado do corpo);
- confusão, dificuldade para falar ou entender a fala;
- dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos;
- dificuldade para andar;
- tontura, perda de equilíbrio ou falta de coordenação;
- dor de cabeça severa sem causa conhecida.
O que fazer caso haja suspeita de AVC?
O primeiro passo, se possível, é socorrer o paciente. Procure colocá-lo em algum lugar que ele possa se apoiar e, se for deitá-lo, que seja de lado para não haver engasgo.
Terapia ocupacional depois do AVC: como funciona?
O terapeuta ocupacional pode trabalhar com o paciente de várias maneiras para ajudá-lo a superar os desafios provocados pelo derrame. As abordagens mais comuns incluem:
Abordagem adaptativa/compensatória
O especialista pode ajudar o paciente a concluir tarefas difíceis de uma forma alternativa, usando estratégias adaptativas/compensatórias. Um exemplo disso é usar fechos magnéticos, de velcro ou zíper para fechar os sapatos ao invés de amarrá-los com o cadarço tradicional.
Abordagem restauradora/reabilitadora
Ao usar atividades específicas, tarefas significativas e técnicas de neuro-reabilitação, o TO realiza uma série de intervenções que giram em torno da reconstrução das vias neurais e reestabelecimento das habilidades perdidas.
Atividades terapêuticas
A marca registrada da Terapia Ocupacional inclui a participação e o engajamento em atividades significativas ou, em outras palavras, as “ocupações”.
As circunstâncias e as motivações da vida de cada sobrevivente de AVC são únicas. Sendo assim, por meio da escuta empática, o especialista trabalha com o paciente para saber o que é importante para ele e, depois, se dedica a incorporar atividades especializadas no tratamento para que seus objetivos sejam alcançados.
E, por fim: o que se deve esperar da primeira consulta com o TO após o AVC?
Na primeira consulta, uma avaliação inicial costuma ser feita para analisar o que pode ser feito para que o processo de recuperação pós-AVC seja o mais eficaz possível. Depois, o especialista costuma:
- adaptar as atividades e o ambiente às necessidades do paciente;
- trabalhar algumas estratégias para a execução de tarefas cotidianas como escovar os dentes, vestir e despir roupas, alimentar-se, amarrar os cadarços etc;
- fornecer orientação e/ou assistência na obtenção de equipamentos como andador, cadeira de rodas, órteses ou novas tecnologias para auxiliar na recuperação;
- passar alguns exercícios para melhorar a amplitude de movimentos, a depender das áreas afetadas;
- aconselhar e treinar as formas de retornar ao trabalho e às atividades do dia a dia.
O tempo de tratamento, assim como as técnicas e estratégias utilizadas na recuperação/reabilitação do paciente, variam de caso para caso.
Agora sim!
E aí, o que você achou desse bate-papo? Ele conseguiu sanar todas as suas dúvidas sobre o papel da terapia ocupacional na recuperação do AVC? Para ter acesso a mais conteúdos como este, fique de olho em nosso blog e acompanhe nossas publicações nas redes sociais (Facebook e Instagram)!
No mais, cuide-se bem e até a próxima.