Quando pensamos em saúde mental, algumas palavras-chave vêm à cabeça, não é mesmo? Entre as mais comuns, podemos citar psicologia, psiquiatria, depressão, ansiedade, transtornos mentais, entre outras.
No entanto, existem diversos outros temas (tão importantes quanto) que podem ser relacionados a esse assunto. Hoje, vamos conversar sobre um que, apesar de pouco conhecido, é fundamental para o bem-estar geral de pacientes que sofrem de algum transtorno psiquiátrico: a terapia ocupacional (T.O).
Vamos lá?
Do começo: o papel da terapia ocupacional na saúde mental
Muitas pessoas ainda não sabem, de fato, o que é a terapia ocupacional. Quando o assunto é o papel que ela exerce na saúde mental dos pacientes, então, o assunto fica ainda mais raso. No entanto, não se assuste. Isso é normal e nós vamos explicar o porquê.
Apesar de encontrarmos diversos registros antigos dessa especialidade, datados de 2.000 a.EC, ela só foi reconhecida e formalizada como profissão no início do século XX. Sendo assim, é normal que ela seja uma “novidade” para algumas pessoas.
Para conseguirmos conversar sobre a relação entre essa especialidade e o bem-estar emocional dos pacientes com mais tranquilidade, então, você precisa saber o seguinte: ela é, segundo o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), uma profissão “voltada ao estudo, à prevenção e ao tratamento de indivíduos com alterações cognitivas, afetivas, perceptivas e psico-motoras, decorrentes ou não de distúrbios genéticos, traumáticos e/ou de doenças adquiridas”.
Em outras palavras, essa área é responsável por ajudar pacientes a superarem alguns dos desafios relacionados a condições limitantes como, por exemplo, artrite, dores crônicas, esclerose múltipla e mal de Alzheimer. Para isso, o terapeuta inclui no plano de tratamento uma série de técnicas e atividades que ajudam o indivíduo a aprimorar suas habilidades psico-ocupacionais, dando a ele mais autonomia e qualidade de vida.
O mais interessante, no entanto, vem agora!
A terapia ocupacional, desde os primórdios, também é utilizada em clínicas e instituições psiquiátricas. Isso acontece, principalmente, porque os transtornos mentais, assim como qualquer outra condição, também podem comprometer a autonomia e a independência dos pacientes. Sendo assim, ela é essencial para que eles, apesar das limitações, possam se tornar cada vez mais funcionais.
Além disso, vale ressaltar que conseguir vestir-se sozinho(a), por exemplo, assim como tomar banho, arrumar a cama, escovar os dentes, ir ao trabalho, cuidar da família e exercer outras ocupações do dia a dia é essencial para a nossa autoestima. Afinal, é por meio delas que nós, além de cuidarmos de nós mesmos, contribuímos para o funcionamento da sociedade e, assim, fazemos parte dela.
Em resumo, a T.O é essencial para a saúde mental dos pacientes porque, além de ajudá-los a contornar potenciais limitações que algumas condições (físicas ou psicológicas) podem trazer, ela os empodera enquanto pessoas autônomas e capazes de “se virarem sozinhas”.
Agora, na prática: como essa relação entre T.O e saúde mental funciona?
O papel de um terapeuta ocupacional na saúde mental varia de caso para caso. No entanto, alguns objetivos são geralmente compartilhados. Afinal, parte do tratamento se concentra em aumentar a consciência do paciente sobre a sua condição e expandir a gama de habilidades e ferramentas que ele pode usar para exercer suas ocupações.
Aí vão alguns dos recursos mais utilizados para tal propósito:
1. Grupos psicoeducativos
Os grupos psicoeducativos se concentram, principalmente, em criar um espaço confortável e seguro para que seus participantes compartilhem suas experiências e troquem informações. Esse processo, além de fazer com que eles tenham mais conhecimento sobre suas condições, fornece ferramentas que os ajudam a lidar melhor com as angústias e limitações inerentes a elas, assim como alternativas para superá-las.
2. Prática de atividades que visam o cuidado pessoal
O autocuidado está diretamente ligado à saúde emocional. Sendo assim, os terapeutas ocupacionais, conforme as necessidades e objetivos de cada paciente, trabalham uma série de atividades que o ajudam a romper as possíveis barreiras para essa prática como, por exemplo, falta de motivação, baixa energia, humor variável etc.
3. Técnicas de relaxamento e estratégias de enfrentamento
As técnicas de redução do estresse, que podem variar entre hobbies, ioga, exercícios etc, são essenciais para fazer com que o paciente fique mais calmo no dia a dia e não só aprenda a lidar com suas limitações, como também a aceitá-las e procurar por meios de contorná-las.
Já as estratégias de enfrentamento envolvem técnicas que ajudam a pessoa a lidar com situações específicas como, por exemplo, hiperestimulação ou ataques de pânico. Elas podem incluir respiração profunda, breves períodos de meditação ou imaginação guiada. O objetivo é ajudar o indivíduo a lidar com o estresse momentâneo e melhorar sua capacidade de funcionar dentro da comunidade.
4. Reintegração social
Sentir-se pertencente a uma comunidade é crucial para manter a saúde mental em dia. Sendo assim, a depender do caso, alguns pacientes podem se beneficiar de algumas estratégias e instruções de como viver em sociedade e participar ativamente desta.
Para isso, eles podem desenvolver habilidades como usar o transporte público, ir ao banco, marcar uma consulta médica e por aí vai. Além disso, é possível explorar pontos como etiqueta social, segurança, interação/comunicação pessoal e cuidados com o próximo.
Por fim, lembre-se: cada caso é um caso
Nós somos seres singulares, com necessidades, objetivos e limitações próprias. Sendo assim, é claro que os recursos utilizados pelos terapeutas variam de paciente para paciente. O importante, aqui, é entender a importante relação entre terapia ocupacional e saúde mental e, a partir de hoje, você já sabe tudo o que precisa sobre esse assunto!
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No mais, cuide-se bem e até a próxima.