Terapia de linguagem para o autismo: como funciona? - Profisio Center Skip to main content

O autismo, conforme já discutimos inúmeras vezes aqui, em nosso blog, é um transtorno neurológico bastante complexo que impacta diversos aspectos da vida de quem o vivencia. Hoje, a proposta é discutirmos uma das áreas mais importantes para o desenvolvimento humano e, infelizmente, uma das mais afetadas pelo espectro autista: a linguagem.

A título de curiosidade, a linguagem diz respeito, basicamente, à forma como as pessoas se comunicam. Sendo assim, ela pode ser feita por meio de recursos como palavras, gestos e expressões. Não é de se admirar, então, o quanto esse processo é importante para ajudar as crianças a se expressarem e relacionarem com o mundo e todas as suas nuances. A linguagem, no fim das contas, é a chave que abre as portas para o aprendizado e as conexões com os outros.

Pensando nisso, vamos começar esse bate-papo entendendo o que é o autismo e como ele pode afetar o desenvolvimento da linguagem. Em seguida, veremos como identificar os problemas de desenvolvimento dessa linguagem em crianças com TEA e, o mais importante, como a terapia pode ajudá-las a desenvolver suas habilidades de comunicação.

Vamos lá?

Do começo: o que é o autismo?

O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição neurológica que afeta a maneira como uma pessoa percebe e interage com o mundo ao seu redor. Dessa forma, as crianças com essa condição costumam ter dificuldades de comunicação, socialização e comportamento.
No mais, é importante lembrar que o autismo é um espectro, ou seja, ele comporta uma ampla variação de formas as quais ele pode se manifestar. Algumas crianças com autismo têm, por exemplo, habilidades linguísticas típicas, enquanto outras podem ter dificuldades significativas na comunicação.

Sendo assim, vale reforçar que as formas como o TEA se manifesta e, ainda mais importante, como ele afeta o desenvolvimento da linguagem nas crianças, pode variar bastante. Em outras palavras, cada caso é único. Portanto, é sempre importante procurar por opinião profissional caso haja suspeitas, combinado?

E agora, para complementar: o que é linguagem?

A linguagem, conforme já explicamos um pouco no começo dessa conversa, é a maneira pela qual as pessoas se comunicam. Ela envolve a compreensão e a expressão de pensamentos, sentimentos e necessidades por meio de palavras, gestos e expressões faciais. Sendo assim, ela é essencial para a comunicação eficaz e desempenha um papel fundamental no desenvolvimento humano.

Como o autismo interfere no desenvolvimento da linguagem?

O autismo pode afetar o desenvolvimento da linguagem de várias maneiras. Algumas crianças com TEA podem apresentar atrasos na fala e na compreensão da linguagem. Outras, no entanto, podem ter dificuldades em usar a linguagem de maneira socialmente apropriada, como iniciar ou manter uma conversa, por exemplo.

Independentemente do caso, tais adversidades podem causar frustrações tanto na criança, quanto em seus cuidadores. É por isso que, quanto mais os pais manterem o acompanhamento com o pediatra em dia e, claro, com outros especialistas conforme outras demandas vão surgindo, maiores serão as chances de o(a) pequeno(a) se desenvolver corretamente.

E como saber, então, se a criança tem problemas de linguagem?

Identificar problemas no desenvolvimento da linguagem em crianças com autismo pode ser desafiador. No entanto, existem alguns sinais que os pais e cuidadores podem observar. São eles:

  • fala ausente ou limitada: a criança não fala ou possui um repertório de palavras reduzido para a sua idade.
  • Ecolalia: é um comportamento muito comum em pequenos com TEA. Aqui, eles costumam repetir palavras/frases que podem, inclusive, estar dentro ou fora do contexto da interação, não usando a linguagem, necessariamente, para comunicar algo.
  • Dificuldade de compreensão (a criança tem dificuldade para entender o que os outros estão dizendo, especialmente quando há fatores como ironia e figuras de linguagem, por exemplo, envolvidos na conversa).
  • Falta de interação social: o(a) pequeno(a) não usa a linguagem para se envolver em interações sociais, como fazer perguntas ou compartilhar interesses.
  • Comportamentos repetitivos: a criança, durante uma interação, pode se envolver em comportamentos repetitivos como, por exemplo, balançar as mãos ou fazer barulhos repetitivos em vez de usar a linguagem.

E lembre-se: se você notar esses sinais em uma criança com TEA, é importante buscar por avaliação e apoio profissional o mais cedo possível.

Agora sim: como a terapia de linguagem pode ajudar crianças com autismo?

A terapia de linguagem é uma abordagem especializada que visa melhorar as habilidades de comunicação não só de crianças com autismo, mas de qualquer pessoa que tenha dificuldade para interagir com o próximo.

No caso do TEA, especificamente, os exemplos práticos de como essa abordagem terapêutica pode ajudar os(as) pequenos(as) com TEA incluem:

1. Avaliação inicial

O terapeuta de linguagem, primeiramente, realiza uma análise completa para entender as habilidades atuais da criança e identificar suas áreas de necessidade. Isso inclui avaliar fatores como, por exemplo, a compreensão da linguagem, a expressão verbal, os gestos e a comunicação não verbal.

2. Estabelecimento de objetivos (H₃)

Com base na avaliação, o profissional estabelece metas específicas para melhorar as habilidades de comunicação da criança. Essas metas podem incluir expandir o vocabulário, melhorar a compreensão da linguagem e desenvolver habilidades de conversação.

3. Intervenção individualizada

A terapia de linguagem é adaptada às necessidades individuais da criança. Sendo assim, ela pode incluir jogos, atividades interativas e estratégias de ensino que tornam a aprendizagem da linguagem divertida e envolvente.

4. Uso de sistemas de comunicação alternativa

Em alguns casos, crianças com TEA podem se beneficiar do uso de sistemas de comunicação alternativa, como tablets com aplicativos de comunicação ou quadros de comunicação visual. Os recursos utilizados, é claro, variam conforme as necessidades e objetivos de cada paciente.

5. Treinamento de pais e cuidadores

A terapia de linguagem muitas vezes envolve o treinamento dos pais e dos cuidadores para que eles possam apoiar o desenvolvimento da linguagem da criança em casa.

Isso é importante porque leva o tratamento para além das consultas, fazendo com que o(a) pequeno(a) continue avançando suas habilidades de comunicação e, ainda mais importante, colocando em prática todos os exercícios indicados pelo terapeuta em seu ambiente cotidiano, adaptando-os para a sua realidade.

Agora sim!

A terapia de linguagem desempenha um papel fundamental no apoio ao desenvolvimento da linguagem em crianças com autismo. Ao identificar problemas de desenvolvimento dessa área precocemente e buscar intervenção especializada, os pais e cuidadores podem ajudar suas crianças a desenvolver habilidades de comunicação que serão essenciais para seu sucesso na vida cotidiana.

Agora, lembre-se: tratando-se de TEA, cada criança é única e, por isso, a terapia de linguagem é adaptada conforme as necessidades e objetivos de cada paciente.

Com apoio e intervenção adequados, pequenos(as) com autismo podem alcançar seu potencial máximo de comunicação e se conectarem com o mundo ao seu redor. Portanto, não deixe de procurar por uma opinião profissional caso haja necessidade, combinado?

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