No decorrer dos últimos dias, o BBB 23 tem sido palco de discussões para um assunto extremamente delicado em nossa sociedade: o relacionamento tóxico. Ocorre que os participantes Bruna Griphao e Gabriel Tavares começaram a demonstrar atitudes e falas preocupantes após se assumirem como um casal. Entre elas, estão algumas frases abusivas como, por exemplo, “já já você vai tomar umas cotoveladas na boca”, e comportamentos violentos como empurrões, puxadas de braço, entre outras.
O que mais preocupou a audiência, no entanto, foi que ambos os “brothers” (apelido carinhosamente dado aos competidores da edição), mesmo após receberem alguns alertas de outros participantes, pareciam não enxergar problema em suas atitudes enquanto parceiros. Em outras palavras, para Bruna e Gabriel, a forma como eles se relacionam é normal. No entanto, conforme o apresentador Tadeu Schmidt apontou durante o programa do dia 22/01, “em uma relação afetiva, certas coisas não podem ser ditas nem de brincadeira”.
Trazendo esse assunto para a nossa esfera de atuação, decidimos dedicar o bate-papo de hoje à conscientização dos nossos leitores sobre a conexão entre saúde mental e relacionamentos não saudáveis, sejam eles amorosos ou não.
Afinal: o que significa, de fato, viver uma relação tóxica e como ela pode influenciar no seu bem-estar? Para saber a resposta para essas perguntas, basta continuar conosco.
O que significa estar em um relacionamento tóxico?
Quando pensamos em um relacionamento saudável, toda a dinâmica do casal parece funcionar bem. É claro que, em determinadas situações, ambos podem discordar de vez em quando ou até mesmo se depararem com diversos obstáculos que só uma vida a dois pode proporcionar. No entanto, perceba que eles geralmente discutem abertamente sobre quaisquer problemas e, mais importante do que isso, apreciam genuinamente a companhia um do outro e se respeitam apesar de tudo.
Infelizmente, a história é outra quando o assunto é o relacionamento tóxico. Aqui, um ou ambos os parceiros se sentem constantemente esgotados ou infelizes após passarem algum tempo juntos. Embora haja, de fato, amor entre eles, sempre há motivo para discussões e ofensas gratuitas.
O mais interessante, contudo, vem agora: a maioria das pessoas que vive esse tipo de relação não consegue perceber o quanto ela é prejudicial para ambos os envolvidos, especialmente do ponto de vista psicológico. Pensando nisso, o primeiro passo desse nosso bate-papo é lhe ajudar a entender quais são os sinais característicos da toxicidade em um relacionamento. Assim, você pode evitar esse tipo de interação, ou até mesmo descobrir se o vínculo com o(a) seu(sua) parceiro(a) se encaixa nos padrões a seguir.
Vamos lá?
Quais são os principais sinais de um relacionamento tóxico?
Dependendo da natureza do relacionamento, os sinais de toxicidade podem ser sutis ou altamente óbvios. Mesmo assim, é possível notar alguns padrões tanto em si mesmo, quanto em seu(sua) parceiro(a). São eles:
1. Falta de suporte
Relacionamentos saudáveis são baseados em um desejo mútuo de ver o outro ter sucesso na vida. No entanto, quando as coisas ficam tóxicas, cada conquista se torna uma competição, gerando sentimentos como raiva, inveja e ciúmes. A evolução do parceiro, aqui, incomoda.
2. Comunicação conflituosa
Em vez de gentileza, diálogo e respeito mútuo, a maioria das conversas entre o casal é carregada de sarcasmo, críticas, ameaças e desprezo. Além disso, pela indisposição em escutar e compreender um ao outro, tudo o que é dito parece tomar uma proporção muito maior do que deveria, iniciando discussões repletas de ruídos e más interpretações.
3. Comportamentos controladores
Sentir ciúmes é algo natural em qualquer relacionamento. No entanto, quando esse sentimento gera atitudes como controle excessivo, possessividade e desconfiança infundada, pode apostar que as chances de o relacionamento ser tóxico são imensas.
4. Padrões de desrespeito
Os padrões de desrespeito, é claro, variam de relação para relação. No entanto, existem alguns comportamentos que são naturais a casais tóxicos como, por exemplo, iniciar uma briga na frente de outras pessoas, diminuir um ao outro constantemente, implicar com atitudes/situações sem importância, levantar a voz sem a menor necessidade, puxar/agarrar a pessoa com violência etc.
E quais são as consequências desse tipo de relação para a saúde mental?
Pessoas que vivem relacionamentos tóxicos tendem a sofrer bastante. Afinal, a maioria das situações que elas passam com seus parceiros são estressantes e até mesmo violentas (física e psicologicamente). Tudo isso, com o passar do tempo, traz consequências como baixa autoestima, isolamento social, depressão, ansiedade, insônia, entre outras.
Para se ter ideia, um estudo publicado em 2015 pelo Journal of Affective Disorders demonstrou que viver em um relacionamento tóxico pode agravar transtornos como ansiedade e estresse. Além disso, outra pesquisa, dessa vez realizada pela Universidade de Michigan, descobriu que relações negativamente marcadas pelo desassossego podem até mesmo afetar a saúde cardiovascular. Assustador, não é mesmo?
É por isso que, no fim das contas, saber as principais características de um relacionamento tóxico e contar com uma rede de apoio consistente é essencial não só para evitá-lo, como também para se libertar deste.
Agora sim: como lidar com situações como essa?
Ao lidar com qualquer tipo de relacionamento tóxico, o mais importante a se fazer é se concentrar na sua saúde e no seu bem-estar. Sendo assim, se você está lidando com alguém que drena sua energia e felicidade, considere removê-lo(a) de sua vida ou, pelo menos, limitar o tempo que passa com ele(a). E mais importante: caso você esteja sofrendo abuso emocional ou físico, procure por ajuda imediatamente.
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