Você por acaso já começa o dia verificando seus perfis nas redes sociais? E, deixe-nos adivinhar: também o termina da mesma forma? E durante as tardes? Há sempre aquele “momento check-in” que, apesar de ser rápido na teoria, acaba tomando mais de uma hora do seu dia? Pois bem: saiba que isso não é tão incomum.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Resultados Digitais em 2022, 79,9% da população brasileira é usuária ativa das redes sociais. O mais interessante, no entanto, vem agora: o tempo despendido nessa atividade é de aproximadamente 3 horas e 52 minutos por dia, colocando nosso país em 2º lugar no ranking global de médias diárias do uso dessas mídias. O primeiro lugar, a título de curiosidade, é das Filipinas.
Todos estes números, apesar de assustadores, têm uma explicação. Ocorre que as redes sociais, além de extremamente sedutoras, são consideradas um meio de comunicação muito poderoso e versátil. Afinal, elas nos permitem manter contato com os amigos e familiares (inclusive os mais distantes), conhecer novas pessoas/empresas/oportunidades e, ainda, ficar por dentro de tudo que acontece pelo mundo.
A grande questão, no entanto, é a seguinte: apesar de essas mídias serem um objeto de estudo muito recente, diversas pesquisas já apontam os males que elas podem causar para o nosso bem-estar, sendo os principais a dependência, a ansiedade e a depressão. Para saber o porquê de tudo isso, renove o café e venha conosco.
Do começo: por que as redes sociais são tão sedutoras?
Além de permitir a nossa aproximação com familiares e amigos que moram longe, ou ainda retomar o contato com pessoas queridas que se afastaram com o tempo, as redes sociais se tornaram uma ferramenta essencial para o dia a dia, especialmente durante a pandemia. Isso acontece, principalmente, porque elas:
- fortalecem nossa autoestima (por meio dos famigerados “likes”);
- amenizam sentimentos como tédio e solidão;
- nos mantêm informados;
- geram uma sensação de pertencimento a determinadas comunidades;
- nos aproximam de nossos ídolos e marcas favoritas.
No entanto, muito cuidado. Você com certeza já ouviu falar que tudo em excesso faz mal, certo? Pois bem. Quando uma pessoa dedica a maior parte do seu tempo a navegar pelas redes sociais, os pontos positivos que elas apresentam começam a se esvair, cedendo lugar a sentimentos como ansiedade, tristeza profunda e estresse. Os motivos para tal processo, é claro, são diversos. Que tal conversarmos um pouco mais sobre eles?
Como as redes sociais podem afetar a nossa saúde emocional?
1. Diminuição da autoestima e maior risco para ansiedade e depressão
As redes sociais incentivam uma prática muito ruim entre nós: a de nos compararmos uns com os outros. Basta uma simples espiada na timeline de qualquer uma das mídias para que nos deparemos com:
- férias extravagantes fora de época;
- casas limpas e aconchegantes;
- famílias unidas, sorridentes e bem vestidas;
- corpos aparentemente perfeitos;
- fotos de casais em plena sintonia e harmonia.
Ver essas parcelas filtradas da vida dos outros faz com que a gente, automaticamente, se inferiorize cada vez mais. Afinal, as férias deste ano precisaram ser adiadas, a casa está uma bagunça e seu último jantar em família foi um caos. E aí, em meio a tantas informações, nós nos esquecemos de viver o presente e sermos gratos por aquilo que temos. E, mais importante: nos esquecemos, também, de que as pessoas compartilham apenas aquilo que elas querem que o outro veja.
Sendo assim, lembre-se: nada nessa vida é perfeito. Não se deixe enganar pelas paisagens magníficas e os corpos retocados. Aprecie a sua realidade, admire todas as suas conquistas e encare suas imperfeições e desafios com carinho.
2. Comprometimento do sono
Diversos estudos sugerem que as pessoas que usam mídias sociais, principalmente à noite, tendem a:
- dormir mais tarde
- ter o sono mais conturbado
- acordar cansadas.
Isso acontece, principalmente, devido à exposição dos olhos à luz azul emitida por telas como as de celulares, tablets e afins. Esta mantém os níveis de cortisol altos (hormônio do estresse) e os de melatonina baixos (hormônio do sono), comprometendo o relógio biológico.
Além disso, ainda existe o fato de que a pessoa, quando muito entretida, tem dificuldade para se desligar dessas redes, ocupando grande parte de sua madrugada com elas e, assim, abrindo mão de seu descanso.
A dica, aqui, é desligar todas as telas após as 21 horas e diminuir a intensidade das luzes de casa para que o seu corpo entenda que está na hora de dormir.
E, por fim: como saber se as mídias sociais estão afetando a sua saúde mental?
Responda às seguintes perguntas:
- Você usa as mídias sociais para evitar emoções negativas?
- Sentimentos como ansiedade, tristeza e solidão estão cada vez mais presentes em sua vida?
- Você se sente intimidado ou ofendido por outras pessoas no ambiente online?
- Você tende a se comparar muito com os outros e sempre se sentir insatisfeito consigo mesmo?
- Você está se envolvendo em comportamentos de risco ou tirando fotos ultrajantes para ganhar curtidas?
- Suas obrigações de trabalho/escola, assim como a vida familiar, estão sendo deixadas de lado em função do tempo que você passa nas redes sociais?
- Você tem pouco tempo para atividades de autocuidado como atenção plena, autorreflexão, exercícios e sono?
Se a sua resposta for “sim” para a maioria das perguntas acima, talvez seja o momento de repensar os seus hábitos com relação às mídias sociais. Procure deixar as telas de lado mais vezes ao dia, conte com aplicativos que lhe ajudam a organizar a sua rotina e, se preciso, “tire umas férias” das redes.
No mais, se você achar que, mesmo após ajustar o uso das mídias sociais, ainda apresenta sintomas de depressão ou ansiedade, é importante conversar com um médico para que o seu caso seja avaliado com cuidado. Acredite: com o tratamento adequado, em breve você estará se sentindo melhor.
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