Qual é a importância da intervenção fisioterapêutica no pós-covid? - Profisio Center Skip to main content

Na virada de 2019 para 2020, o mundo passou por um colapso. A pandemia provocada pelo novo coronavírus tirou todos os países de suas zonas de conforto, colocando em xeque todas as dinâmicas dos sistemas de saúde e, claro, da sociedade no geral.

Sendo assim, é natural que, nesse primeiro momento, todo o foco estava em “desvendar” as peculiaridades do Sars-CoV-2, tratar os pacientes infectados (hospitalizados ou não) e, ainda, entender como conter a disseminação do vírus.

Com a descoberta e aplicação das vacinas um ano após esse choque, e o aperfeiçoamento das técnicas utilizadas para tratar a COVID-19, a preocupação agora se tornou outra: a contenção dos danos causados por ela.

Ocorre que algumas pessoas que conseguiram se recuperar dessa condição com sucesso (especialmente aquelas que tiveram um quadro grave), estão hoje lutando contra os efeitos que ela causa a longo prazo. Entre eles, podemos citar a permanência da dificuldade respiratória, fadiga e fraqueza muscular.

Pensando nisso, preparamos um artigo para lhe explicar quais são os próximos passos do “pós-covid”, e por que eles envolvem intervenção fisioterapêutica.

Vamos lá?

A importância da fisioterapia após a recuperação da COVID-19

Embora as redes sociais estejam inundadas com relatos de pessoas que, após sobreviverem à COVID-19, tiveram a qualidade de vida afetada, a extensão das consequências que ela pode trazer à saúde ainda são desconhecidas. Contudo, um fato está claro: a maioria dos pacientes que enfrentam o nível moderado/agudo dessa doença precisará de reabilitação.

Basta pensar que, na maioria dos casos graves (ou seja, que envolvem internação), algumas condutas podem ser necessárias como, por exemplo, ventilação mecânica e/ou sedação. Além disso, existe o fato de que os pacientes provavelmente terão um longo tempo de repouso em leito. Isso, no fim das contas, pode comprometer a resistência física e muscular deles. Outros efeitos podem incluir deficiências na função respiratória, assim como na deglutição, na comunicação e até mesmo no estado cognitivo.

Por ora, um estudo realizado na Itália constatou que, de 143 pacientes analisados 60 dias após a manifestação dos primeiros sintomas da Covid-19, 44% sentiu uma piora na qualidade de vida. Os principais causadores desse estado, vale ressaltar, foram: fadiga, dispneia e dores nas articulações, e/ou no peito.

Sendo assim, a intervenção fisioterapêutica no pós-covid desempenha um papel importante na reabilitação de pacientes que, apesar de terem se curado da doença, prosseguiram com algumas das limitações que ela pode trazer.

Afinal: o que acontece após a alta hospitalar?

Normalmente, alguns pacientes já são submetidos a algumas intervenções fisioterapêuticas durante a internação, principalmente no que diz respeito aos exercícios respiratórios e de mobilidade.

Contudo, após receberem a alta hospitalar, eles recebem uma série de orientações para recuperarem, gradativamente, suas atividades e funções diárias. Entre essas orientações, é comum que haja alguns exercícios físicos que podem ser feitos em casa, ou com o suporte de um especialista.

Ocorre que, para que cada pessoa receba o tratamento mais adequado para a sua situação, a conduta mais usual é encaminhá-la, antes, a uma avaliação geral. Esta pode ser feita por um clínico geral, ou por especialistas como pneumologistas, cardiologistas etc.

O objetivo é checar as funções pulmonares, cardíacas e respiratórias do paciente e, assim, passar ao fisioterapeuta o máximo de informações possíveis sobre o seu quadro. Assim, ele conseguirá prescrever exercícios mais específicos e orientar os pacientes de acordo com suas necessidades e objetivos.

Somados às necessidades de melhora respiratória e cardiovascular, a fisioterapia também terá como propósito trabalhar a força muscular do paciente, assim como sua tolerância aos exercícios físicos.

O que se espera, então, de uma intervenção fisioterapêutica no pós-COVID-19?

O objetivo do tratamento fisioterapêutico é capacitar o paciente a recuperar o seu estilo de vida (especialmente no que diz respeito às funções respiratórias), devolver sua independência nas atividades do dia-a-dia, melhorar sua força muscular e, claro, resistência física (desde aqueles com o mínimo impacto, como subir escadas, até os mais complexos, como corridas, pedaladas etc).

Vale ressaltar, ainda, que a frequência, intensidade e duração dos exercícios varia de acordo com as necessidades e limitações de cada paciente, que deve ser sempre monitorado pelo profissional. Isso é importante porque, quando há sobrecarga de esforço físico, podem ocorrer imprevistos como, por exemplo, a dessaturação (queda da oxigenação).

Por fim, quando as limitações identificadas no paciente não podem ser resolvidas apenas com a fisioterapia, ele será encaminhado para outras disciplinas de saúde. Apesar de rara, essa é uma circunstância possível e, por isso, nunca negligencie os cuidados após a recuperação de uma doença como a Covid-19, combinado?

Cuide-se, e até a próxima.

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