Se você já lavou ou escovou os cabelos e se deparou com um volume assustador de fios acumulados no ralo ou na escova, é bem possível que o assunto “queda de cabelos”, ou apenas o medo desta, lhe seja incrivelmente familiar.
A perda de cabelo, formalmente conhecida como alopecia, pode ocorrer por inúmeros motivos. Entre eles, os mais comuns incluem idade, desequilíbrios hormonais, condições médicas adjacentes, estresse/ansiedade, e por aí vai.
Independentemente da causa, este é um quadro que merece nossa atenção. Afinal, é muito comum que a queda de cabelos comprometa não só a autoestima e autoconfiança, como também a saúde mental.
Aproveitando o embalo do Setembro Amarelo, então, resolvemos conversar com vocês hoje sobre o que é a alopecia e por que ela costuma afetar tanto a nossa autoestima. E aí, preparado(a)? Prepare o café e vamos lá!
Do começo: o que você precisa saber sobre a alopecia?
Alopecia é, na verdade, um termo guarda-chuva (ou seja, genérico) que engloba diferentes condições que têm como principal característica a perda de cabelo.
Alguns tipos de alopecia estão relacionados a fatores genéticos, de estilo de vida ou ambientais, bem como a condições psicológicas ou até mesmo fisiológicas. A boa notícia é que os tratamentos para cada um desses tipos costumam ser os mesmos e, na maioria dos casos, envolvem medicamentos orais, terapias tópicas e mudanças de estilo de vida.
No mais, antes de voltarmos ao assunto “alopecia e autoestima” que tal conhecermos os tipos mais comuns dessa condição?
Tipos mais comuns de alopecia
Alopecia Areata
A alopecia Areata é uma condição autoimune que geralmente se inicia com falhas visíveis, arredondadas e isoladas no couro cabeludo, e/ou em todo o corpo, incluindo barba, sobrancelhas, braços, pernas e até mesmo virilha.
Nela, algumas células do sistema imunológico (T NKG2D+) se reúnem ao redor dos folículos pilosos, atacando-os e, consequentemente, impedindo-os de produzir mais cabelos.
O motivo pelo qual isso acontece ainda não está completamente esclarecido. No entanto, sabe-se que a genética e o estresse crônico são potenciais fatores de risco para esse processo.
Alopecia androgenética (ou calvície)
Aí vai uma curiosidade: o cabelo cresce em grupos (tufos) de, geralmente, 3 a 4 fios. Na alopecia androgenética, estes tufos diminuem gradualmente, tornando o couro cabeludo cada vez mais visível.
Esse tipo de alopecia é muito comum em homens e, não à toa, é conhecido como “calvície masculina”. No entanto, vale ressaltar que ele também acomete as mulheres. O que muda, aqui, são os padrões de manifestação. Nos rapazes, a primeira região do couro cabeludo a sofrer com a queda de cabelos é a das têmporas, formando um “M” característico na parte frontal do rosto. Já nas mulheres, os pêlos ficam mais finos em toda a cabeça, especialmente no topo desta.
Ainda não se sabe, ao certo, qual é a causa específica para a alopecia androgenética. No entanto, sabe-se que alguns fatores (especialmente os genéticos e os ambientais) aumentam consideravelmente os riscos para essa condição.
Alopecia frontal fibrosante
É um tipo de perda de cabelo que afeta a região frontal do couro cabeludo. Apesar de ser mais comum em pacientes na pós-menopausa, também afeta homens e mulheres mais jovens.
Aqui, a queda dos fios faz a linha do cabelo recuar, deixando o topo da cabeça mais à mostra, especialmente nas laterais. Vale ressaltar, ainda, que a pele do couro cabeludo afetada pode, em alguns casos (apesar de menos comum), parecer pálida ou avermelhada, e ainda apresentar descamação, coceira e ardor.
Esse processo, por fim, acontece devido à variação do Líquen Plano, uma espécie de inflamação mucocutânea que provoca a perda dos cabelos. Porém, o motivo pelo qual ela acontece ainda não é certo. O que se sabe é que certos fatores ambientais, imunológicos e hormonais podem desencadeá-la.
Agora sim: por que a aparência é tão importante para a nossa saúde mental?
Desde pequenos, somos educados a combinar cores e roupas, a arriscar penteados e cortes de cabelo, a zelar pela nossa estética e visual, e por aí vai. Tudo, claro, para cabermos dentro dos parâmetros estabelecidos pelo senso comum do que é “belo” e aceitável.
No entanto, quando uma pessoa não se encaixa nesses padrões, as chances de que ela seja “mal-vista” pela sociedade são enormes. Afinal, eis aí “um ponto fora da curva” que, de tanto receber críticas vazias dos outros, começa a acreditar nestas.
Seja, então, pela forma como fomos criados ou pelas expectativas e padrões sociais previamente estabelecidos, uma coisa é certa: a nossa aparência está intrinsecamente ligada à saúde mental. Afinal, é por meio desta que nós nos percebemos e, a partir de então, criamos concepções e opiniões sobre nós mesmos.
Sendo assim, quando você experimenta uma queda de cabelos repentina ou precoce, por exemplo, é claro que os efeitos desse quadro podem ser devastadores para o seu emocional. Afinal, essa é uma condição constantemente retratada como ruim ou, pelo menos, como algo que deve ser consertado/encoberto a qualquer custo.
A boa notícia é que existem diversas soluções para esse problema. O mais importante é ter calma, serenidade e paciência para lidar com ele.
A grande questão, no entanto, é: como lidar?
A primeira coisa a se fazer é conversar com o seu médico. Afinal, a queda de cabelos pode ser um indicativo de algumas condições como hipotireoidismo e desequilíbrios hormonais.
Se essa hipótese for descartada, é hora de começarmos a analisar possíveis escolhas de estilo de vida que estejam provocando essa queda. Altos níveis de estresse, por exemplo, são uma das principais causas para a alopecia. A forma como você cuida dos cabelos (se o submete a muitas fontes de calor como secadores e chapinha, ou se faz uma série de procedimentos químicos como alisamentos e luzes) também é importante para determinar a saúde e força destes.
Por fim, é importante olhar para a nutrição. O que você come e bebe pode ter um efeito direto na saúde. Certifique-se de consumir muitas frutas e vegetais, proteínas e gorduras saudáveis e evite alimentos processados e excesso de açúcar, que podem causar inflamação e desequilíbrios hormonais e, consequentemente, contribuir para a queda dos fios.
Ufa!
Tenha em mente que a perda de cabelos tem solução. Tudo depende do motivo pelo qual os fios estão caindo. Sendo assim, não deixe de se consultar com um tricologista (dermatologista especializado nas doenças do couro cabeludo) e seguir suas orientações com cuidado e dedicação.
E, no mais, lembre-se: reduzir o seu valor à limitações estéticas é o maior erro que você pode cometer pela sua saúde emocional! Você é incrível do jeito que é, com todas as qualidades e defeitos. É por causa das diferenças que o mundo é um lugar tão interessante e dinâmico de se viver, então, valorize a sua!
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