Seletividade alimentar: causas, consequências e como lidar - Profisio Center Skip to main content

Você já deve ter conhecido alguém que faz caretas diante de certos alimentos ou foge deles como se fossem monstros escondidos no prato. Tal comportamento, acredite, tem nome e sobrenome: seletividade alimentar, um hábito peculiar que algumas pessoas têm de serem extremamente exigentes com o que colocam em seus pratos.

Ser exigente com a comida pode parecer um hábito inofensivo, mas atenção: ele pode trazer alguns perigos. Ocorre que quando limitamos nossa dieta a alguns poucos alimentos, corremos o risco de perdemos não só uma variedade incrível de sabores, mas também de nutrientes essenciais para a nossa saúde.

Com o tempo, esse comportamento pode resultar em deficiências nutricionais, imunidade baixa e energia/vitalidade reduzidas. Sem mencionarmos a possibilidade, ainda, de abrirmos as portas para uma série de doenças e problemas de saúde a longo prazo.

Agora, o mais importante: crianças também podem ter seu crescimento físico e mental afetado, enquanto distúrbios alimentares e preocupações obsessivas podem entrar de penetra na mente delas.

Pensando em tudo isso, preparamos este artigo para desvendarmos os mistérios por trás dessa seletividade alimentar e descobrirmos por que alguns alimentos são tão temidos ou simplesmente ignorados.

Sendo assim, prepare-se para uma viagem pelo mundo dos paladares seletivos e vamos lá.

O que é seletividade alimentar?

Sabe aquela pessoa que só come batata frita e nuggets de frango, ignorando o resto que está no prato? Essa é a clássica imagem da seletividade alimentar. É quando alguém tem uma lista restrita de alimentos no hall da fama do cardápio pessoal, enquanto uma grande variedade de outras opções é simplesmente deixada de lado.

Podemos encontrar essa condição em pessoas de todas as idades, desde as crianças que se recusam a comer seus vegetais até adultos que evitam qualquer coisa verde. Além disso, alimentos de texturas diferentes, como frutas frescas ou alimentos mais macios, como carnes e legumes, também podem ser excluídos.

Vale ressaltar, por fim, que não é apenas uma questão de preferência, mas sim uma relação séria entre a pessoa e seus alimentos favoritos (e não tão favoritos assim).

Causas

Entre as potenciais causas para a seletividade alimentar, as mais comuns incluem:

  • Fatores genéticos: algumas pesquisas sugerem que essa condição pode ter uma base genética. Para se ter ideia, estudos feitos com gêmeos identificaram uma probabilidade maior de semelhança na seletividade alimentar entre irmãos idênticos em comparação aos não-idênticos, o que sugere a influência dos genes nessa condição.
  • Sensibilidade sensorial: certas pessoas têm uma sensibilidade maior a certos estímulos sensoriais, como texturas, cheiros e sabores dos alimentos. Isso pode levar à recusa em consumir certos grupos.
  • Experiências passadas: experiências negativas associadas a alimentos, como vômitos, alergias ou outros eventos traumáticos, podem desencadear a seletividade alimentar. O medo de experimentar algo semelhante novamente pode levar à repulsa a determinadas opções.
  • Fatores ambientais: o ambiente em que uma pessoa é criada desempenha um papel importante na formação de suas preferências alimentares. Se as refeições oferecidas durante a infância são limitadas em variedade ou qualidade, isso pode contribuir para a seletividade.

Consequências da seletividade alimentar

Conforme já adiantamos um pouco na introdução desse bate-papo, a seletividade alimentar pode parecer inofensiva, mas acredite: é preciso cuidado. Afinal, a longo prazo, ela pode acarretar:

  • deficiências nutricionais: essa condição pode resultar em uma dieta desequilibrada e carente de nutrientes essenciais. Isso pode levar a deficiências de vitaminas e minerais, afetando negativamente a saúde geral e, no caso das crianças, no desenvolvimento.
  • Restrição de grupos alimentares: quando certos grupos alimentares são excluídos da dieta, a pessoa corre o risco de não obter os nutrientes necessários para um crescimento e desenvolvimento saudáveis. Por exemplo, a exclusão de alimentos ricos em proteínas pode levar à falta de aminoácidos essenciais.
  • Problemas psicossociais: a seletividade alimentar pode causar estresse emocional e social tanto para a pessoa afetada como para sua família. Ela pode limitar as opções de refeições em eventos sociais e causar conflitos em casa.

E, por fim: como lidar com a seletividade alimentar?

O importante a se saber aqui é que sim, existem formas de “driblar” a seletividade alimentar. As mais eficazes e viáveis incluem:

  • exposição gradual: introduza novos alimentos de forma gradual e repetitiva. Comece com pequenas porções e aumente gradualmente a quantidade ao longo do tempo. Isso ajuda a familiarizar a pessoa com o novo alimento e reduzir a resistência inicial.
  • Apresentação visual atraente: torne os alimentos mais atraentes visualmente. Uma apresentação criativa e colorida dos pratos pode despertar o interesse e a curiosidade em experimentar novos alimentos.
  • Envolver a pessoa na preparação das refeições: incentive a participação ativa na preparação das refeições. Isso pode incluir visitas a mercados, escolha de ingredientes e ajudar na cozinha. O envolvimento direto pode criar um senso de propriedade e aumentar a disposição para experimentar novos alimentos.
  • Ofereça opções saudáveis: em vez de focar apenas nos alimentos rejeitados, concentre-se em fornecer opções saudáveis dentro das preferências existentes. Isso garante que a pessoa esteja recebendo nutrientes adequados, mesmo que a variedade de alimentos seja limitada.
  • Faça das refeições um momento agradável: crie um ambiente positivo durante as refeições. Evite pressões e conflitos relacionados à alimentação. Promova uma atmosfera tranquila e descontraída para tornar a experiência alimentar mais prazerosa.
  • Por último, mas não menos importante – busque suporte profissional: se a seletividade alimentar persistir e afetar negativamente a saúde e o bem-estar da pessoa, é importante procurar a ajuda de profissionais especializados como nutricionistas, terapeutas ocupacionais ou psicólogos. Esses profissionais podem fornecer orientação personalizada e estratégias adicionais para lidar com o problema.

Agora sim!

A seletividade alimentar pode ser, de fato, um desafio para as pessoas afetadas e suas famílias. Porém, a boa notícia é que existem estratégias eficazes para lidar com esse problema.

É importante entender as causas subjacentes, reconhecer as consequências potenciais para a saúde e implementar abordagens adequadas para promover uma alimentação saudável e variada.

Com paciência, exposição gradual e suporte adequado, é possível superar a seletividade alimentar e estabelecer uma relação mais saudável com os alimentos.

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