Distúrbios alimentares: o que são e como tratá-los? - Profisio Center Skip to main content

Apesar de comumente associados ao excesso ou à falta de apetite, os distúrbios alimentares são muito mais complexos do que isso. Na verdade, eles dizem respeito a uma série de transtornos comportamentais e emocionais que podem estar relacionados não somente à comida, mas também à imagem corporal.

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, esses distúrbios afetam cerca de 70 milhões de pessoas no mundo e incluem condições como anorexia, bulimia, compulsão, entre outros. No Brasil, estima-se que 4,7% da população sofra de algum desses problemas, sendo os adolescentes os mais afetados.

Em casos graves, quaisquer uma dessas doenças podem causar sérias consequências à saúde e, quando não tratadas, podem até mesmo resultar em morte. A título de curiosidade, os transtornos alimentares estão entre as doenças mentais mais mortais do mundo, perdendo apenas para a overdose de opioides. É por isso que este é um assunto tão importante para nós e, não por acaso, é o tema escolhido para o bate-papo de hoje.

Para saber quais são os distúrbios alimentares mais comuns da atualidade, sente-se confortavelmente e continue conosco.

Do começo: o que causa transtorno alimentar?

Infelizmente, não se sabe, ao certo, qual é a principal causa para o distúrbio alimentar. No entanto, diversos especialistas acreditam que uma variedade de fatores pode contribuir para o desenvolvimento destes. Entre eles, podemos citar:

  • genética;
  • alguns traços de personalidade (neuroticismo, perfeccionismo, impulsividade, ansiedade etc);
  • pressões sociais e midiáticas (especialmente no que diz respeito à preferência pela magreza);
  • certas diferenças na estrutura e biologia do cérebro (níveis de serotonina, dopamina etc);
  • entre outros.

No entanto, vale ressaltar que mais estudos são necessários antes que fortes conclusões sobre esse assunto possam ser feitas.

Tipos mais comuns de transtornos alimentares

1. Anorexia nervosa

É, provavelmente, o distúrbio alimentar mais conhecido e, talvez, um dos mais nocivos à saúde. Normalmente, desenvolve-se durante a adolescência ou na idade adulta e tende a afetar mais mulheres do que homens.

Pessoas com essa condição geralmente se consideram acima do peso, mesmo que estejam perigosamente abaixo deste. Não à toa, elas tendem a brigar constantemente com a balança e, ainda, restringir severamente a ingestão de calorias.

São sintomas comuns da anorexia nervosa:

  • padrões alimentares restritos;
  • medo intenso de ganhar peso;
  • dismorfia corporal;
  • comportamento obsessivo-compulsivos relacionados à comida;
  • dificuldade para comer em público;
  • entre outros.

A anorexia pode, ainda, ser categorizada em dois subtipos: restritivo e compulsivo. No primeiro, o paciente perde peso apenas por meio de dieta, jejum ou exercícios excessivos. No segundo, o indivíduo costumam fazer grandes refeições ou dietas muito restritivas e, ainda, induzir vômitos, utilizar inibidores de apetite ou usar laxativos em excesso.

No mais, a anorexia pode ser muito prejudicial para o corpo. Com o tempo, as pessoas que vivem com ela podem apresentar enfraquecimento dos ossos, infertilidade e cabelos e unhas quebradiços. Em casos graves, ela pode resultar em insuficiência cardíaca, cerebral ou de múltiplos órgãos, e morte.

2. Bulimia nervosa

Assim como a anorexia, a bulimia tende a se desenvolver durante a adolescência e o início da idade adulta, e parece ser menos comum entre os homens do que as mulheres.

Pessoas com bulimia costumam comer grandes quantidades de comida em um período específico de tempo. Cada episódio geralmente continua até que a pessoa fique dolorosamente cheia e, durante esse processo, ela geralmente sente que não consegue parar de comer ou controlar o quanto está comendo.

Após a crise, os indivíduos com essa condição tentam forçar vômito para compensar as calorias consumidas e aliviar o desconforto intestinal.

No mais, são alguns sinais comuns de bulimia nervosa:

  • episódios recorrentes de compulsão alimentar, seguidos de comportamentos purgativos inadequados para evitar o ganho de peso;
  • autoestima excessivamente influenciada pela forma e pelo peso do corpo;
  • medo exagerado de ganhar peso;
  • garganta inflamada e dolorida, esmalte dentário desgastado, irritação intestinal, desidratação grave e distúrbios hormonais (devido aos comportamentos purgativos).

Em casos graves, a bulimia também pode criar um desequilíbrio nos níveis de eletrólitos, como sódio, potássio e cálcio, podendo causar um derrame ou, ainda, um ataque cardíaco.

3. Outros tipos de distúrbios alimentares:

  • compulsão alimentar (caracterizada pelo exagero na hora das refeições, sendo que alguns pacientes chegam a ingerir de 2 a 15 mil calorias em pouquíssimo tempo);
  • transtorno alimentar restritivo evitativo (TARE) (diz respeito a pessoas que, por algum motivo, se recusam a comer certos alimentos e é extremamente comum entre crianças);
  • ruminação (acontece quando a pessoa regurgita um pouco de sua última refeição e a mastiga novamente);
  • ortorexia (é uma espécie de obsessão por alimentos saudáveis).

E, por fim: como tratar os distúrbios alimentares?

Como cada caso é muito particular, o sucesso do tratamento pode depender de uma série de abordagens.

Fazer algumas sessões de terapia (especialmente a cognitivo-comportamental) pode ajudar uma pessoa a mudar seus hábitos alimentares e padrões de pensamento pouco saudáveis. Consultar-se com um nutricionista pode fornecer uma ajuda adicional, já que os especialistas dessa área costuma educar seus pacientes com relação à alimentação saudável e equilibrada. Alguns programas de perda de peso também podem ajudar a pessoa a obter um controle de longo prazo sobre a compulsão alimentar.

Por fim, caso seja necessário, é possível ainda recorrer à ajuda psiquiátrica para controlar alguns sintomas associados a transtornos psicológicos como depressão, ansiedade etc.

Ufa!

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No mais, cuide-se bem e até a próxima!